domingo, julho 24, 2005

7 pisos

Dói-me! Confesso que me dói o coração de cada vez que dou de caras com o empreendimento do ‘Mar da Califórnia’. Há dias, quando assisti num dos nossos telejornais à implosão de alguns pavilhões da prisão brasileira ‘Carandiru’, confesso que me apeteceu ir até lá perguntar-lhes como aquilo funciona, para, quem sabe um dia, aplicar o mesmo aqui.
Sonhos à parte… Este fim-de-semana fui à praia de Sesimbra. Tentei, com todas as minhas forças, vencer o pânico que senti ante a perspectiva de dar vinte voltas à vila para conseguir estacionar o carro. A meio dessa maratona, a suar em bica, com os cabelos em pé, e prestes a dar-me por vencid@ e retornar a casa, dei de caras com um cartaz a anunciar o estacionamento do ‘Mar da Califórnia’.
“Porque não?”. Pensei. Fiz o mesmo que fazem os putos quando não gostam da sopa. Tapei o nariz, fechei os olhos e toma lá disto.
No local do crime (ambiental), deixei a viatura, num local indicado por um homem que por lá andava, sem estar identificado. Por momentos, pensei que fosse mesmo um toxicodependente a quem o Pólvora tirou o sustento, leia-se, os lugares da marginal. Mas não. Não me ligou nenhuma, meti a moeda de euro no bolso e segui caminho. Mochila às costas, pesada, chapéu-de-sol num braço, cadeira no outro, jornais entalados debaixo do braço. Quando dei por mim estava, nada mais, nada menos, do que no 7.º piso. A verdade é que, a descer, todos os santos ajudam.
A meio do caminho, quando parei para apanhar o jornal que já tinha escorregado e ficado um lance de escadas acima, perdi a conta, mas a coisa deve andar pela centena de degraus. Enfim, 7 pisos são… 7 pisos… sem janelas… e em caracol… Estão a imaginar o sufoco.
O tempo não estava agradável. Muito vento, areia no ar, no cabelo, nos ouvidos, no nariz, na toalha, no jornal.
Peguei na trouxa, uma hora depois, e subi a tal centena de lugares (desta feita preferi nem os contar). Enfim, 7 pisos são… 7 pisos…
Resumindo, está decidido! Vou mesmo escrever aos brasileiros.
Digam-me lá, se isto faz sentido na cabeça de alguém?! Os nossos governantes fartam-se de anunciar o turismo de qualidade que pretendem implantar em Sesimbra. E, para isso, constroem mega-parques de estacionamento, em que o turista do garrafão, (que tem todo o direito a sê-lo e a fazê-lo) que chega de manhã e vai embora ao final da tarde, tem um óptima forma de vir à praia, estacionar o carro, descer 7 pisos, e subir outra centena de degraus, cozido do sol, para regressar à viatura. Com esta perspectiva alguém terá vontade de ir até ao centro da vila comer um gelado, ver umas lojas, fazer umas compras??!
Por este andar, qualquer dia até conseguem correr com esta gente que ainda nos faz o favor de visitar!
Eu, já desisti!

9 comentários:

Anónimo disse...

Jogging! Step! Estes nomes dizem-lhe alguma coisa? Devemos aprender com quem sabe. Com quem estuda.
Párapente! Também não? Pois era o que devia ter feito uma vez que não lhe satisfaz a escada.
Há um prémio para quem descer e subir as escadas do parque-auto em menos tempo. O primeiro, segundo e terceiro classificados vão ter direito a uma inscrição grátis no partido do tal arquitecto, o das paredes de vidro. Fosco e tosco. Há trinta anos a desgovernar Sesimbra e ainda não reconheceram as suas insuficiências. E dizem eles que são amigos da terra. Agora, vejam lá se não fossem. Enfim, camaradices...

Anónimo disse...

Eu acho que aquele lindo mamarracho está aprecisar é de pólvora.
Lurdes N

Anónimo disse...

Aguém m e sabe informar quem aprovou aquel Mar da Califórnia?
Ao fim de tantos anos sem estar em Sesimbra, dei com aquele monstro e com uma marginal arrepiante, sem história, contra natura, e descubri que até o trânsito está alterado para servir aquele emprendimento dito de turismo.
Que gente é esta que (des) governa esta pobre Câmara, de uma Terra tão bonita, mas que está a ficar desfigurada.
Não deixem que gente inculta e sem formação "mate" Sesimbra.
Temos de fazer algo para isto não continuar desta maneira.
Estou completamente desgustoso com o que vi. Sesimbra nem parece a Terra linda da minha juventude.
Plinio

Anónimo disse...

A D. natália não percebeu que quem lhe estava pagando o jornal não queria um jornal independente, mas sim um jornal dependente.
Tivemos assim dois enganados, quem subsidiou que, pensava comprava a D. Natália e a D. Natália que pensava que podia fazer um jornal independente do poder politico/economico.
Tanta ingenuidade em pleno seculo XXI? é obra.

Anónimo disse...

continuo a concordar com algumas coisas, mas vejo que a sua tendencia é para dizer sempre mal.

veja por exemplo 7 pisos talvez?,
mas se deixasses o carro nos "ciganos"pagavas, o carro ficava ao sol e mais longe apesar das escadas e da ventilação!?!?!
não entendo, aconcelho para a próxima abrires os olhos, porque as escadas tê contacto permanente com o exterior.

já agora, acho o parque óptimo e o edificio bonito e original, só não percebo aquela "merda" que cheira mal e diz água imprópia para consumo a que chamam CALIFÓRNIA.
CALIFÓRNIA LOLOLOLOL.

Anónimo disse...

ESTE DEVE SER ASSESSOR OU CANDIDATO .

Anónimo disse...

Oh Jacareu, porque nao vais pra tua terra, ou enta pra ponta do bujio, tu e a ...q te pariu!
Augusto Penim

Anónimo disse...

Essa do Jacaréu achar o parque óptimo e o edifício lindo e original, dá que pensar...
Eh pá, tu trata-te, já experimentas-te a Multióptica? Ou então o "Jule Mouco" é capaz de ter a solução para o teu caso, experimenta!
Tá largo isso...

Anónimo disse...

Quando se acabar a mama e estes traidores cairem, quero ver o que estes apaniguados xulecos vão fazer.
Só se forem trabalhar para aPelicano ou para Alverca, mas eles não os querem porque não têm categoria.
São demasiado mediocres.
Deixem-nos em paz ... Porra!...
PM