É consensual que uma das atitudes mais características dos portugueses é deixarem tudo para a última hora. Fica sempre bem fazer jus a essa qualidade.
Curiosamente, há quase um mês atrás, alguns lisboetas afirmavam-se indignados com a quantia avultada gasta nos enfeites de Natal da baixa da capital. Mas quem desce o Rossio, não pode ficar indiferente. Exceptuando a iluminação mais psicadélica, tudo o resto é um deleite para os olhos. O comércio tradicional ficou, com certeza a ganhar. Toda a envolvência criada convida à natural tendência consumista natalícia.
Os gastos são obvimente MUITO discutíveis. Mas temos ali uma coisa que enche os olhos.
Por comparação, aqui no burguinho, a programação de Natal - os concertos nas igrejas, a mostra de doces, etc., etc. - começou logo no início de Dezembro, mas a iluminação natalícia não acompanhou essa dinâmica cultural. Parece que em tudo o que se faz nesta terra, mesmo que bem feito, ficam sempre coisas penduradas.
Esta sexta-feira, num passeio pela vila, verifiquei que as mesmas estruturas ferrugentas, de todos os anos, estão ainda a ser montadas. À noite, apesar do frio, ainda saí à rua, na expectativa de encher os olhos de luzes... mas os fios ainda estavam pendurados e desligados.
Não faço ideia do dinheiro gasto com estas estruturas. Mas o pouco que foi gasto, começa a ser tão discutível como o esbanjamento da autarquia lisboeta. Daqui a pouco mais vale não pôr nada!
Nada de novo neste lado do Tejo.
Resta-me apenas lembrar que, por exemplo, na rua do 'Doce e Frio' ou do jornal 'O Sesimbrense' houve uma armação de ferro com os desejos de "Feliz Natal" que ali permaneceu vários meses, há alguns anos atrás. Não sei se ficou de um Natal para o outro (apagada claro), mas deve ter andado bem perto disso. Na altura achei o desleixo criticável. Agora compreendo que era capaz de ser a única forma de os sesimbrenses conseguirem encher os olhos de luzes.
domingo, dezembro 12, 2004
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