Infelizmente, há épocas do ano em que tudo nos cai em cima. Neste final de 2004, uma onda desabou lá longe, na Ásia, e virou tudo de pantanas. Emocionamo-nos ao ver a angústia daquela gente, vemos e revemos sempre as mesmas imagens assustadoras, ouvimos os relatos e, no final, resta-nos abanar a cabeça e pedir ao que quer que seja que move os cordelinhos da fantuchada que se passa aqui em baixo, que não reserve mais desgraças destas para o futuro. Nem longe de nós. E muito menos aqui perto.
Felizmente um novo ano aproxima-se. Já entrámos em contagem decrescente. Daqui a poucos dias, vamos subir para uma cadeira, com o copo de champagne numa mão, as doze passas já quentes de tanto as apertarmos na outra, para saltarmos com o pé direito na frente nos próximos 365 dias. Para trás ficam tristezas que não pagam dívidas e preocupações. Pela frente já só temos expectativas, projectos e sonhos por realizar. Queremos muito acreditar que aquele segundo que separa o final de um dia do início do seguinte representa mais do que apenas isso. Representa a possibilidade de mudarmos alguma coisa. E é bom acreditar nisso.
De facto, 2005 poderá mudar muita coisa. Todos seremos chamados a dizer de nossa justiça sobre o homem que nos vai governar a casa. Depois virão as autárquicas que já estão a criar o maior burburinho aqui no burgo: Cristóvão Rodrigues, João Capítulo, Alberto Gameiro, Amadeu Penim, Manuel Adelino, Luís Rodrigues, Maria das Mercês Borges, Augusto Pólvora, Odete Graça, Felícia Costa, Esequiel Lino. Os nomes já saltam como pipocas. A ver vamos.
Mas isto faz-me lembrar algo que vi numa revista do coração há poucos dias. Um astrólogo augurava que 2005 seria um ano problemático porque estaríamos todos sob a influência da Lua. Não que isso fosse negativo, porque este satélite natural da Terra, é tipicamente feminino o que é deveras interessante; mas porque somos governados por homens. E é sobejamente conhecida e admitida a dificuldade que os homens têm em perceber as mulheres. Mais! A recente decisão do Sampaio, de pôr um ponto final no sonho do Santana Lopes (que estava a ser o nosso pesadelo), e toda a inconstância de opiniões do nosso Presidente é já uma influência da Lua.
E esta hein?
Resumindo... Quando eles começarem a ir à casa-de-banho aos pares, é razão para ficarmos preocupados.
Por cá, e num ano em que tantas coisas fundamentais serão definidas, com lua ou sem ela, temos de nos manter atentos: a nova marginal, a Mata de Sesimbra, etc., etc., etc. deverão concentrar as nossas atenções. Senão, não há eclipse que nos valha.
quarta-feira, dezembro 29, 2004
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