À sombra do sol de inverno lá estava el@ debruçado sobre o muro da praia que lhe enchia os olhos num reflexo agreste que lhe toldava a visão e lhe bloqueava os movimentos. Qual lagarto desértico alimentava-se do sol. Os raios penetravam através dos poros da camisa meio aberta e aqueciam-lhe o corpo nebuloso, consequência de um verão demasiado preenchido de tudo o que devia ser complemento naquela época e pouco do alimento que hoje o regalava.
Tinha acordado cedo, neste dia de férias, porque queria vir sentir o cheiro da fruta fresca na praça, ouvir o chinfrim das calhandras, cheirar o peixe nas bancas, cruzar-se com as esplanadas por montar, beber um café e ler o jornal. Tudo isso era bom e tinha sido pensado num laívo de revivalismo, fazendo-lhe lembrar os dias em que acompanhava a mãe nessas andanças. Contudo, nada fazia prever que ele aparecesse assim tão radiante. Tudo era secundário agora, os seus sentidos estavam bloquedos. Ele tinha-o dominado e controlava-o completamente qual marioneta japonesa, promovendo brincadeiras entre el@ e a sua sombra. Nessa altura, os sapatos começaram a respirar expirando-se para fora dos pés, arrastando consigo os suados peúgos (suados mas sem cheiro!!!). Estes, assim que descobertos só tinham um objectivo...........pisar a areia fina. (Por acaso, já alguma vez experimentaram pisar a fresca areia fina num dia ensolarado de inverno? Por mais quente que seja o sol de inverno, este jamais tem a capacidade de aquecer a areia, o que permite a agradável sensação simultânea de frio e calor. As orelhas e o rosto queimam enquanto os pés se mantêm frios, essa dualidade de extremos faz-nos sentir vivos!)
As suaves ondas fazem sombra na areia, as pessoas são cada vez mais, mas nunca chegam a ser muitas. O tempo passa, a brisa assobia e..........................Oh, não! Lá vem uma núvem!
segunda-feira, dezembro 20, 2004
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