segunda-feira, outubro 18, 2004

Pesca a concurso!

O concurso mundial de pesca desportiva que começou no dia 16, ao largo de Sesimbra, proporcionou-me uma série de associações entre as palavras "pesca" e "concurso".

1. Concurso de Pesca
De 16 a 23 de Outubro decorre em Sesimbra um campeonato mundial de pesca desportiva, facto, sem dúvida, importante no que diz respeito à divulgação da terra fora de portas e quem sabe mesmo internamente, uma vez que este acontecimento merecerá , de certo, a cobertura dos média portugueses (como andam a matar peixes talvez apareça por cá o jornal Crime! ou então a revista Fórum Ambiente pois o concurso decorre em zona próxima do Parque Natural da Arrábida!!!)

2. Pesca a concurso
De há alguns anos para cá que a pesca está a concurso. A maior parte das rifas foram compradas pela Docapesca, que como não podia deixar de ser ganhou o jackpot perante a inoperância e incapacidade da desunida classe de pescadores, que conseguiu entregar o monopólio da venda do peixe a outros. Ou seja, o pescador limitar-se-á até ao fim dos seus dias (cada vez mais próximos!) a apanhar o peixe, enquanto outros senhores que não sabem distinguir uma cavala de um carapau, ganharão o dinheiro, pois monopolizam a distribuição e comercialização.

Nesta vila, há muito que se fala na decadência do já - e cada vez mais - histórico sector da pesca. Normalmente, esta associação de ideias está umbilicalmente relacionada com o crescimento das actividades de recreio náutico. Essa ligação faz-me uma certa confusão, pois parece-me óbvio (mas se calhar eu sou @ obtus@!) que estas actividades não são exclusas, ou seja, uma não depende do fim da outra. Nesta luta, a pesca surge sempre como parente pobre, pois a falta de calma, ignorância e desunião dos pescadores só os tem prejudicado.
Por isso, peço a todos os que lerem este texto que pensem numa coisa: economicamente qual é o ganho do concelho com as actividades náuticas de recreio?
Quem tem barco, só vem para Sesimbra durante o Verão. Se o barco for suficientemente grande nem sequer necessita de arranjar um tecto para se abrigar. Essas pessoas não farão compras no comércio da vila, não residirão cá, não investirão cá. Bem vistas as coisas, esses condes virão para cá usar aquilo que é nosso, o maior e único bem da terra: o Mar, em troca de uma amarração paga ao Clube Naval, quiçá um dos únicos e maiores beneficiários.

Gostava que fosse feito um estudo verdadeiro sobre a representatividade na economia do concelho das duas actividades, Pesca vs recreio náutico! Alguém se oferece?

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